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domingo, 9 de agosto de 2015

Apenas hoje

Sente daí o tiro na garganta pelas palavras que nunca te pronunciei, pelo medo das respostas e sobre o escuro que são seus olhos. Sente daí a navalha abrindo tua carne por todas as vezes que arranquei meu coração e joguei na tua mão. Pelas vezes que me atirei no abismo que é teu corpo sem tocar tua pele, pelos pesadelos que tive e sonhos cheios de soluços e lágrimas que não correram, mas engoli uma a uma todos os anos e séculos onde não existi mas te amei. Sente daí o pulsar das minhas veias que fervem quando meus pensamentos cruzam com os teus e você abana a cabeça e sai do meu campo de visão, mas eu te vejo. Pela estúpida distância que cinco dedos fazem mas se encaixam os dez. Por todas as horas que traguei saudade e bebi a morte durante a noite e o dia em cada amanhecer frio e não acolhedor de vida. Mastiga o amargo que é ter que lutar com o desespero e a loucura que é o amor, aquele quase doentio e de mendigar. Não deixe a mostra tuas pálpebras roxas, por todos os textos que escrevi e você nunca leu, pelo menos hoje, passe os olhos vermelhos por essas palavras, e sangre. Me ame porque eu te amo.

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